ODM 8
O comércio e a dívida externa
Actualmente, nenhum país é capaz de subsistir isoladamente. Os países são obrigados a trocar bens e serviços com outros países, o que se designa comércio internacional.
Por mais rico que um país possa ser, para satisfazer as necessidades da sua população terá de recorrer ao comércio. Constata-se, então, que existem relações de complementaridade e de dependência mútua entre as nações e povos.
O comércio mundial é dominado pelos países desenvolvidos. A dependência dos países subdesenvolvidos na esfera do comércio internacional agrava-se pelas medidas discriminatórias que as potências imperialistas aplicam às importações destes países.
Os países desenvolvidos necessitam de matérias-primas e de energia para o funcionamento das suas indústrias. Os principais produtores desses produtos primários são os países em desenvolvimento.
Por exemplo, os países industrializados importam de África produtos como: petróleo e gás natural, bauxite para extracção do alumínio, café, borracha, urânio, cacau, ouro e diamantes, algodão, entre outros.
Em contrapartida, os países em desenvolvimento necessitam de importar produtos manufacturados como automóveis, material informático, máquinas e tecnologia, indispensáveis ao seu desenvolvimento.
44,9% | impostos, direitos aduaneiros, frete |
23,7% | margem do varejo |
17,8% | margem dos atacadistas e torrefadores |
8,5% | proprietários da plantação |
5,1% | salários dos trabalhadores |
Contudo, o comércio entre os países pode revelar-se muito injusto. Apenas uma pequena percentagem dos lucros fica para os produtores. A situação económica de muitos PVD’s tem vindo a agravar-se nas últimas décadas, uma vez que as suas exportações dependem apenas de um ou dois produtos primários, cujo valor tem vindo a decrescer nos mercados internacionais.
Como consequência desta colossal desigualdade entre os elevados custos dos produtos manufacturados e os baixos preços dos produtos primários, os países em desenvolvimentos estão cada vez mais endividados.
No intuito de tentar reduzir a dívida externa, muitos países em desenvolvimento aumentaram a produção de produtos hortícolas para exportação, bem como de outros produtos primários. Contudo esta iniciativa provocou um excesso desses produtos nos mercados internacionais, o que conduzir a uma redução drástica dos preços. Gerou-se, assim, um ciclo de pobreza. Não havendo receitas, há mais endividamentos.
Na tentativa de melhorar a situação económica nacional, os países em desenvolvimento recorrem a empréstimos junto de países, bancos ou organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Mundial (BM). Os empréstimos tendem a conduzir a um endividamento progressivo dos países em desenvolvimento pois os empréstimos implicam o pagamento de juros, que absorvem, na maior parte dos casos, os escassos rendimentos nacionais.
Os países ricos têm procurado auxiliar os países em desenvolvimento a sair da crise económica em que se encontram, contribuindo para aumentar a sua participação no comércio internacional e, paralelamente, assegurar a melhoria da qualidade de vida das suas populações.
A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) realiza-se de várias formas, que vão desde a ajuda com bens alimentares até à ajuda monetária, passando pela ajuda humanitária e assistência médica. Por exemplo, algumas ONGD’s trabalham directamente com as populações, nomeadamente nas áreas rurais, ensinando aos agricultores novas técnicas e métodos de cultivo do arroz. Uma dessas organizações é a TESE, parceira do nosso projecto.